sábado, 14 de junho de 2008

10 coisas que eles não contam pra nós

1. Que querem pedir férias da gente"Já estou até planejando como serão essas minhas férias conjugais... Quem me acordará será o berro de um despertador e não aquele beijinho matinal que ela insiste em me dar. Não terei ninguém para dizer que as primeiras meias que encontrei na gaveta não combinam com o par de sapatos marrom. Na mesa do café, comentarei as notícias da primeira página do jornal com a fatia de pão ou com as sementes do mamão papaia. Durante o dia, ah, que fantástico, ninguém me ligará para saber como estou, se preciso de alguma coisa da farmácia ou se eu recebi um torpedinho com a foto de nosso filho. Férias conjugais também são excelentes para pequenas descobertas. Descobrirei que lâmpadas queimadas não voltam a funcionar por livre e espontânea vontade; que as fraldas podem ser descartáveis, mas que bebês de 6 meses não têm habilidade suficiente para trocá-las ainda; e que não é a escola que vem até seu filho, ele é que tem que ir até a escola (alguns em plena madrugada!). Férias delas, tempo de novas brincadeiras. Finalmente, poderei brincar de fazer eco ao abrir a geladeira: "Marcelo-elo-elo-elo". Ah, contarei tudo o que fiz para o controle remoto da tevê e ouvirei a colher de sobremesa me contando, com bom humor, seu dia no trabalho. Se estiver precisando de alguma sugestão, posso pegar o interfone e me aconselhar com o zelador ou com o síndico. Eles estão aí para isso, não é? E, finalmente, na hora de dormir, quem vai se acoplar a mim será aquela almofada vermelha com o desenho da Betty Boop. Afinal, se é para tirar férias conjugais que seja para dormir com um mulherão... De artista de cinema para cima. Nossa, o que foi... Um pesadelo? Isso sempre acontece quando eu estou para sair de viagem. Vou tirar férias. Junto com ela, que eu não sou bobo!"Marcelo Duarte, autor da série O Guia dos Curiosos (Panda Books)

2. Que estamos gordinhas, sim!"É a coisa mais óbvia deste mundo, mas ninguém fala, só a Fernanda. Ela me disse, Caco, quer ver uma mulher feliz, diga que ela está bonita. Só isso, pronto. Não me venha falar que minha interpretação foi maravilhosa, que meu papel estava ótimo, nada disso, diga que estou linda. Falo da Fernanda D'Umbra, amiga e tremenda atriz que está estourando por aí. Parece simples demais, e é isso mesmo. Mas nem sempre o simples é fácil de botar em prática, que mulheres nunca são simples demais. Tipo da coisa que não existe. Às vezes minha mulher me aparece: "Você acha que preciso emagrecer?" Eu me lembro da Fernanda. "Você está linda, meu amor." Não adianta, conheço o ritual e até já sei onde essa conversa vai acabar. Pior, no fundo, até acho que uns dois quilinhos a menos cairiam bem. Então ela vem: "Fale a verdade". "É verdade, você está ótima assim." "Nem um quilinho a menos? Não sei, as roupas parecem que estão mais justas. Aliás, não tenho mais roupa. Não tenho!". "Pra mim está bom assim, perfeitinha, sem tirar nem pôr, e reforço, está linda, gostosa, maravilhosa, tesuda, uma dádiva exuberante e lasciva da natureza." Não adianta. Na verdade só quero ler meu livro em paz e me livrar dela, e ela sabe disso. "Se eu perder dois quilinhos, um pouquinho aqui, não fica melhor?" Eu também sei que não vou conseguir me livrar até dizer o que ela quer, e caio na besteira de dizer: "Se você acha, por mim tudo bem". "ENTÃO QUER DIZER QUE ESTOU GORDA???!!!" Nesse ponto, as labaredas do inferno começam a incendiar o quarto. Pra que eu fui abrir a boca?"Caco Galhardo, autor de Dom Quixote em Quadrinhos (Peirópolis)

3. Que também simulam orgasmo"Vale dizer que isso aconteceu apenas duas vezes. Explico: ela já tinha chegado ao orgasmo e eu estava cansado, até satisfeito, e ainda longe de gozar. Simples assim. Fingir, ali, foi prático e eficaz. Que fique claro que eu não fiquei forçando gemidos, bancando o ator pornô, pelamor, isso não. Mas lembro de ter dito a ela(s) que havia gozado, sem que isso tenha acontecido. Muito bem.A meu ver, o ponto fulcral da discussão aqui é o fato de o orgasmo mentiroso ser algo que as pessoas verdadeiramente guardam para si. E, dependendo da situação, acho que é isso mesmo, segredo de Estado e ponto. Se eu não estivesse nem aí para elas, diria a verdade sem qualquer pudor. O lance é que o fingimento não significa que a transa tenha sido necessariamente ruim. Ao menos no meu caso não foi. Foi gostoso, prazeroso, mas eu cansei antes da ejaculação, ora essa.Claro, óbvio e ululante que o ideal é não ter que fingir patavina. Gozar é uma delícia, porra!Só que o orgasmo de um não é de responsabilidade do outro. Ele, o orgasmo, mais que tudo, está na cabeça de cada um. Numa das vezes eu lembro que tinha tido um dia cheio de atividades físicas, tava cansadão, e aí, eu não gozo, e a culpa é dela? Claro que não. Em suma, acho que fiz bem em fingir e em guardar segredo. De forma que, honestamente, creio que as mulheres que fingiram comigo fizeram isso pensando em mim.Assim como eu fingi pensando nelas. E isso é bacana, oras. Se não for uma constância.O gozo fingido em nome de um bem maior pode ser tão ou mais sublime que o verdadeiro."Fabiano Rampazzo, autor do Manual do Xavequeiro (Matrix)

4. Que detestam lingerie bege"Lingerie bege? Não! Com tantas cores divertidas que enfeitam os olhinhos do mundo, tinha de ser... BEGE?!? Como dizer que assim não é legal? Culpa da vovó! É, pense na calcinha da sua avó, quer dizer, na 'calçola', pois peça daquele tamanho não pode ser chamada de calcinha. Aposto que lhe veio à mente uma bege. O trauma começa aí, na infância.Sério, todo pimpolho acaba vendo as calçolas beges da avó, seja num descuido dela ao se trocar, seja estirada em cima da cama (quase um lençol) ou então pendurada no boxe do banheiro.O tempo passa e descobrimos que o bege não está no espectro de cores. Não é in. Pior, é considerado cor 'pastel' e, como se sabe, pastel não é só a delícia da feira, mas um adjetivo pejorativo. "Que cara mais pastel!" Enfim, o bege é sem graça, feio e sem brilho. Falta força, falta cor, falta paixão. É destoante da beleza que as mulheres irradiam.A sensualidade vai por ralo abaixo, numa associação livre com aquele mesmo boxe da vovó.Mas como dizer isso a elas? Homem quer colo, curtir o aconchego quietinho, mas a necessidade feminina de entender o que não há de ser entendido sempre 'fala' mais alto. É aí que complica, pior que discutir relação!Até explicar o trauma da vovó e ser tachado de besta e mentiroso (ela quer acreditar que o rapaz não a ama ou não a deseja mais) tudo desandou. É por isso que o homem prefere deixar como está, não diz nada e, quando a vê usando a referida lingerie, apenas coloca um sorrisinho amarelo no rosto (tão sem graça quanto o bege), pede desculpas à vovó e vai pra guerra, bom guerreiro que é. Como diria Maquiavel, os fins justificam os meios."Nelson Botter, autor de Amores Avulsos e Outras Sublimações (Nova Esfera)


5. Quantas mulheres já pegaram"É meio estranho escrever numa revista feminina, ainda mais em uma tão confeituada, justamente sobre uma coisa que nunca contamos para elas, esse mistério de quantas mulheres nós, homens, já pegamos. Antes de mais nada, temos que lembrar: é mentira efa história de que ficamos o tempo todo penfando em pegar alguma mulher. Hoje mesmo, das 16 h às 16h45 e, depois, das 17 h às 17h45, enquanto rolou a transmifão do futebol na tevê, nenhum de nós pensou nifo. O que as mulheres não entendem é que existem homens que fizeram só pequenas pontes fobre laguinhos de jardim de restaurante japonês. E homens, como nós, que fizeram obras maiores, como uma ponte Rio-Niterói. É importante ressaltar que se a gente pergunta para uma mulher com quantos ela já transou, quase todas juram de pés juntos que os amores delas cabem nos dedos das mãos. De uma das mãos. Homens também têm o direito de não querer parefer mais galinhas do que já fão. Ainda mais nós, que temos o nome de Irmãos Bacalhau. Se a gente fofe os Irmãos Galinha, o respeito ia fer bem menor. Enfim, mas alguém prefisa ser macho de verdade e falar abertamente sobre os cafos que já teve. E efa tarefa coube a nós. Qual o problema? O pafado não nos condena. E iria condenar a gente por quê? Porque um de nós pegou todas as colegas de sala da faculdade? Ou porque um de nós já teve quatro amantes ao mesmo tempo? Isso faz de nós caras piores? A gente continua fendo gente. Tem que lembrar do que diz a música: os amores foram pontes, certo? É claro que a gente olha pra ponte, não tem trânsito nenhum, dá vontade de ir e voltar rapidinho pra qualquer lugar. Mas depois de casado, de estar namorando legal, de ter algum compromifo fério com alguém, a gente acha melhor sofegar, ficar admirando a obra que construiu ao longo do tempo. Ifo é o que vale. O que pafou, pafou. Agora, facanagem são as nofas mulheres entrarem no escritório, verem a gente escrevendo efe artigo no computador, ficarem indignadas com efas revelafões e enfiar a mão na nofa cara, quebrando os nofos dentes. Tá vendo? É por ifo que homem nenhum conta efas coifas. Para arrumar confusão à toa? Olha aí como a gente tá falando agora, sem os dentes da frente. Pior do que isso, foi a gente ainda ter que ouvir: E não me venha mais com esse papo de ponte! Por que você não veio nadando, hein?"Irmãos Bacalhau, autores de O Código da Vinte e Cinco de Março e Homem-Cobra, Mulher-Perereca (Matrix)

6. O real motivo por que se separam"Ele está decidido a dar um tuf na mina. Alguns motivos para um tuf são perfeitamente admissíveis. E dá-lhe aquelas generalidades todas do tipo: "Sei lá, ando confuso sobre o que eu quero, preciso de um tempo sozinho para pensar na minha vida". A despeito do deslavado clichê da coisa, às vezes é isso mesmo que está rolando. Porém, em outras circunstâncias nossa motivação para o tuf pode ou não ser lá muito nobre (outra mina na parada), ou ser algo que irá nos expor de modo ululante ao ridículo. Tive uma namorada que era linda. Um belo dia, porém, algo nela começou a me inquietar. Sim, algo naquela formosura toda estava fora de lugar. Como um piano Steinway & Sons com uma única tecla desafinada. Aliás, duas. Explico-me: nesse tal belo dia comecei a me dar conta de que não conseguia olhar para os seios dela sem sentir um irresistível impulso de ficar vesgo. Seus seios, embora espetaculares, davam uma leve impressão de estrabismo, de frita-o-peixe-evigia- o-gato. Um detalhe que seria absolutamente irrelevante se eu não tivesse compulsão de mimetizar os defeitos alheios. Sim, eu sou daquele tipo que, se tem um fanho por perto, começa a falar fanho também. Se vejo algum manquitola, inconscientemente começo a arrastar a perna. É involuntário, claro, eu não seria calhorda de tirar sarro de deficientes físicos. Mas é assim que é. E olhar para os seios vesgos da minha namorada me dava a compulsão do estrabismo. A coisa chegou a um ponto insuportável e tive de sair fora. Lógico que não confessei o real motivo do tuf, não queria passar ridículo. E o que foi que eu disse? Oras, que ela estava gorda, que a família dela era um saco, que eu simulava orgasmos e que, sim, que dera puladinhas de cerca em nosso namoro."Eduardo Haak, autor do blog www.eduardohaak.com

7. Que já broxaram"O amor é um jogo. Um jogo de poder. Nessa relação, principalmente no seu início, homens e mulheres medem forças, seja no poder de sedução, no magnetismo pessoal, no charme, na beleza, na forma física e até em coisas inusitadas como cultura, futebol, quem fala mais línguas e melhor, enfim, um verdadeiro campeonato. O problema é que, por causa dessa disputa, ninguém quer ser o primeiro a mostrar suas fraquezas e defeitos para não dar ao outro alguma vantagem. Não que sejam realmente defeitos. Broxar todo mundo broxa. Basta o cara ter bebido umas a mais, ou aquele não ter sido um bom dia, ou muita pressão no trabalho, estresse... enumere. Um amigo que conheceu uma moça numa noitada de terça-feira, depois do trabalho, quando foi levá-la para casa às três horas da manhã e ela o convidou para subir, ouviu dele: "A essa altura, minha querida, se você gostar de pinto mole, vou levá-la à loucura". Foi sincero. Vocês lembram daquela cena hilária do Jack Nicholson em Alguém Tem Que Ceder, quando ele sai correndo pelo hospital com a bunda de fora? Pois foi por não querer admitir que tomara Viagra que ele fez toda aquela cena. Acontece que a sexualidade feminina é diferente da masculina. A mulher consegue transar em qualquer circunstância, mesmo sem tesão. Já o homem, fisicamente não funciona sem estar excitado. Ele broxa! Ocorre que a nossa cultura machista não perdoa essa falha e a considera um fracasso. Então ele tem o dever de "mostrar serviço" toda vez que é solicitado, o que é um grande absurdo, além de gerar um drama psicológico no pobre rapaz. Outro fator que leva alguns homens a não contar que algum dia já "falharam" é que, se com a mulher que ele estiver ele não fracassar, ela, então, poderá sentir-se poderosa, pois com ela ele não broxou! Já com a outra... E ele não quer dar a ela essa colher de chá (lembrem-se da disputa). Portanto esse é um assunto delicado para os meninos. Estamos pisando em terreno movediço. No entanto, se a mulher tiver a presença de espírito de capitalizar esse momento de fragilidade do seu homem sem diminuí-lo (afinal, broxar é humano), poderá com isso conquistar sua confiança e somar pontos preciosos para abrir a porta desse coração machista machucado, o que, no final, é o objetivo do jogo. Os dois ganham!"Lu Tiby, autor de Sonhos Calientes (Alley)

8. Que acordamos o belzebu de feias"Despertador, sol na cara, acordo ao lado da moça. Namorada, mulher, caso, desconhecida - não importa. O corpo demora para acordar seus sensores, e meu único sentido pleno, ativado por um despertador nervoso, é minha audição. Ouço um bom-dia de uma voz desconhecida. Opa-dormi ao lado de uma princesa de voz cálida e, na primeira hora da manhã, tenho meus tímpanos invadidos por uma rouquidão gutural de Monstro do Pântano. Sento na cama, ela também. Até aí tudo bem, tá tudo certo-penso-charmosinha com essa voz rouca. Encaro a fera, olho no olho e, dessa vez, é meu globo ocular que se espanta. Cadê as bochechas rosadas do dia anterior? O lábio volumoso de brilho úmido? E o cabelo... será que no meio da noite um Katrina qualquer arrasou meu apartamento e não me dei conta? Caramba, eu tô desconfiado... Mas vamos em frente. Ganho um sorriso bonito, preguiçoso e encantador, seguido de um "dormiu bem?" Façam a experiência, se duvidam dos fatos. Antes de dormir, comam uma bonita e cheirosa rosa vermelha, pétala por pétala. Não adianta. Na manhã seguinte, minha amiga, antes da masturbação que é a higiene bucal, se a senhora ousar falar no raio de ação do nariz do seu homem ele será metralhado por uma experiência olfativa nada agradável. Audição, visão, olfato. Dos meus sentidos, dois ainda não foram roubados. Vejo que minha musa da vez começa a se inclinar e um outro sentido desperta em mim, um que eu nem sabia que existia: o sexto, a intuição, que me diz: "Alerta! Alerta! Beijo na boca! Beijo na boca!". Fecho os olhos e encaro a fera. Tento me iludir com a idéia do selinho. Mas não, mal acordo e já sou sufocado por um beijaço de língua. Boca seca, rançosa, amanhecida. Pelamordedeus! Deixo rolar por um tempo e me esquivo cheio de sutileza, levantando da cama numa disposição matinal impressionante. Espreguiço enquanto ela vai até o banheiro. Sinto falta, sei lá, de um dos sentidos. Isso, o tato! Na velocidade do meu pensamento carente ela pára no meio do quarto e vem em minha direção. Braços abertos, sorriso na cara, mulher. Me abraça forte e vejo durante a carícia irresistível que o melhor dos sentidos é aquele que faltava, justamente. E, durante o abraço, sinto o cheiro, ouço a respiração, sinto o gosto da nuca e olho para dentro de mim mesmo. Bom-dia!"Ismael de Araújo, autor do Manual do Xavequeiro (Matrix)

9. Que pensam cobras e lagartos da nossa família"Tem a matrona que aparece de surpresa na casa do namorado da filha - porque o "bebê dela" está com uma febrinha de 37,20C, tem o primo que vem do interior para subir ao Corcovado, a prima solteira que está sem companhia para ir ao cinema, o sobrinho que quer ir ao zoológico... Sim, podemos pensar, nem que por poucas vezes e em momentos extremos, cobras e lagartos da família de nossa companheira. Mas dá para tentar melhorar o problema, criando regras... No meu caso, criei a "regra do programa-de-índio". Eu tinha um acordo com minha ex, em que qualquer um dos dois tinha direito a dois (só dois mesmo!) pedidos de acompanhamento em programas que o outro não gostaria de fazer por ano!!! Poderia ser batizado do neto da vizinha da sogra, open-house da madrinha da cunhada, o que for: duas vezes por ano eu ia, me esforçando ao máximo para ser agradável enquanto na minha cabeça eu arrumava outra ocupação, seja lá qual fosse. Agora, gastou as duas, já era. Dava um alívio danado poder negar ir junto; afinal, foi acordado e sacramentado. A quantidade de pensamentos "reptidianos" em relação à família dela caía que é uma beleza! Mas cuidado, isso implica deixar a gata ir sozinha nesses tais programas. Se o cara é ciumento pode criar répteis de outro tipo na cabeça, até mais peçonhentos. Fazer o quê? O jeito é tomar o nosso antiofídico..."Marcos Wettreich, autor do Manual de Mães e Pais Separados (Ediouro)

10. Quanto ganham"Desde pequeno minha mãe me ensinou uma coisa: "Nunca fale para sua mulher quanto você ganha". É verdade que minha mãe adotou a mesma estratégia comigo. Até hoje não sei quanto ela ganha. Mas em relação ao homem não dizer para a mulher, acredito que tem certa razão. Elas são mais compulsivas do que a gente, gastam desenfreadamente na maioria dos casos. Tudo bem que hoje em dia estão no mercado de trabalho. Porém são capazes de gastar o dela e o nosso. Por outro lado, muitos homens não gostam de dizer quanto ganham porque se a mulher souber, acaba entendendo que a conta do jantar muitas vezes é paga com o limite do cheque especial ou com um cartão de crédito pra lá de estourado. Eu de compulsivo e gastão não tenho nada. Sou o tipo de cara que dá o CD preferido de presente de aniversário para um amigo só para pedir emprestado e que só namoro moça que racha a conta. Pensa o quê? E o interessante seria que dinheiro fosse um assunto mais "light", que fosse conversado com o despojamento que tratamos temas como futebol, novela e outras amenidades. Acredito que nossa relação com o dinheiro é complicada porque falamos pouco de dinheiro. Pois é, como você viu, sou um cara econômico até nas palavras.

"Gustavo Nagib, autor dos livros Guia do Pão Duro 1 e 2 (Matrix)

Ilustrações: Renata Braga

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